quarta-feira, 25 de novembro de 2009

16) FINALMENTE COMEÇOU O CURSO OBRIGATÓRIO PARA OS ADOTANTES!

Ontem, finalmente, começou o curso supracitato! Além de nós, estiveram presentes 3 casais e 1 mulher divorciada, bem como a assistente social e 2 psicólogos.

Depois de uma breve auto-apresentação de cada um de nós, os psicólogos quiseram saber qual a nossa concepção de adoção. Eu disse que, noutro dia, estudando português, percebi que se trocarmos a posição do "A" (colocarmos na frente da palavra) da palavra "DOAÇÃO", é formada a palavra "ADOÇÃO". Aproveitando "essa deixa", expliquei que, no meu entendimento, adoção é, na verdade, uma doação de amor! 8-} Ela não tem nada de altruismo, como alguns pensam, mas implica em desprendimento, ausência de preconceitos (de adotar alguém, por exemplo, que não tem nada a ver fisicamente consoco!)... Além da felicidade de saber que através dela nossa família crescerá, é gratificante pensar que é também com a adoção que DAREMOS OPORTUNIDADE A UMA CRIANÇA DE TER UMA FAMÍLIA, DE TER UM LAR, DE SE LIVRAR DE UM DESTINO TRISTE (como vemos tantas, por aí, entrando para o mundo das drogas ou da mendicância, privadas, muitas vezes, até mesmo do direito de estudar... 8-{)

Os psicólogos foram abordando algumas questões presentes na Lei de Adoção, dentre as quais, por exemplo, que a idade mínima para ser adotante reduziu para 18 anos. Ao pedirem para comentar isso, meu marido fez uma crítica dessa redução (de 21 anos para 18), já que em regra os jovens de 18 anos dos dias de hoje não demonstram condições emocionais para adotar uma criança (a esmagadora maioria ainda é muito imatura para isso!). Dois outros colegas do grupo concordaram plenamente com o posicionamento do meu marido e um deles acrescentou que um jovem de 18 anos de "antigamente" (da época dele, ele é um pouco mais velho...), tinha mais responsabilidade, muitas vezes começava a trabalhar hiper cedo e constituia uma família "precocemente". Todavia, acrescentou, que no mundo de hj, com essa idade, os jovens estão preocupados em curtir a vida: difícil pensar na maturidade de um jovem de 18 anos, pronto para adotar uma criança... Ai o pscicólogo quis saber o que achamos, então, da gestação de um jovem de 18 anos. Depois de todos darem sua opinião, eu disse que, no meu entendimento,a "adoção" gera uma "maternidade/ paternidade atípica", isto pq, sabe-se que além das dificuldades naturais da criação de um filho, um ADOTANTE vai ter de ter a maturidade de fazer o seu filho entender, com naturalidade, que ele não é biológico, mas que nem por isso é menos amado; terá que, com jeitinho, fazer o filho não se sentir rejeitado pelos pais bios, tampouco se sentir inferior por encontra-se nessa situação de adotado! Não que, necessariamente,as pessoas mais velhas saibam efetivamente como agir nesses casos (é um grande desafio tb para nós, que já temos certa vivência...), mas uma pessoa jovem demais, provavelmente, teria um pouco mais dificuldade de lidar com esse desafio exatamente pela sua inexperiência de vida (isso sem falar do que foi dito acima pelo meu marido e ratificado pelos colegas.... De toda a sorte, a psicóloga fechou o assunto dizendo que não podemos tomar a grande maioria como regra: muitas vezes existem exceções. Pode ser raro existir um jovem de 18 anos com maturidade para tanto, mas é possível e, certamente, para criança é muitíssimo melhor estar com tal jovem é do que passar sua vida num abrigo...Sou obrigada a concordar com ela!!!!

Falou-se de desafios da educação de um filho e várias pessoas trouxeram para o grupo algumas experiência pessoais sobre o tema.

A assistente social chegou num determinado momento da reunião e esclareceu-nos algumas dúvidas. Eu perguntei a ela se eu poderia adotar 2 irmãos, ficando com um e aquela pessoa conhecida minha (que vai adotar uma criança no RJ) com outro. Ela disse q , mesmo sendo em outra comarca, pode sim, por que a idéia é que essas crianças jamais se separem e , como tenho muito contato com essa pessoa, isso, possivelmente, não será problema. Não tenho certeza, mas acho que ela fez uma ressalva apenas no caso de gêmeos(pelo que entendi, esse deverão ficar no mesmo núcleo familiar).

Foi explicado que, depois de devidamente habilitados, ao aparecer uma criança para nós, se ela for maiorzinha será feita uma aproximação natural com ela (como por ex, passar o final-de-semana juntos). Mas se for bebê isso não será necessário. Outrossim, ela explicou que, a priore, a certidão de nascimento do bebê terá o nome dos pais bios (biológicos) e que teremos apenas a GUARDA PROVISÓRIA (documento que nos permitirá viajar com o bebê dentro de todo o país - fora não!!! - e solicitar a licença adotante). Só depois de um tempo (e do devido processo)que o baby será oficialmente nosso filho - mudando a certidão de nascimento dele. Quanto tempo? Vai depender do caso concreto. Em alguns casos é rápido pq é fácil localizar os pais, que, por não quererem mais os filhos, facilitam o processo. Mas em outros os pais bios brigam para ficar com os filhos e, quando isso acontece, pode demorar anos. Quanto a esse assunto, inclusive, ela acrescentou o seguinte: ainda que a criança não tenha sido destituída do poder familiar é muito difícil (não impossível) que os pais ganhem na justiça o direito de ficar com os filhos, uma vez que quando os juízes disponibilizam a dita criança para adoção está devidamente fundamentada, já tem grandes indícios de que a criação por aquele ascendente será de alguma forma nociva à criança. Ela disse que já viu vários pais bios lutando na justiça para ficar com a criança adotada, mas que nunca viu o juiz mudar seu entendimento do caso(retirá-la do adotante).

E, finalmente, não posso deixar de contar algo que me emocionou, que me deixou claro que quando chegar a hora nosso baby chegará, ñão importa fila, não importa nada: na hora certa chegará! Veja que incrível!!! Para surpresa da própria assistente social, recentemente, ficou disponibilizada para adoção em Vila Velha uma menina, branca, de 3 dias e várias pessoas a "rejeitaram". Eu não entendi por que isso aconteceu e a assistente social disse que a desculpa principal foi a de que o bebê era muito pequenino, uma pretendente a mãe chegou a dizer que nem saberia segurar o bebê direito, não saberia como cuidar dele....Olha!!! Contando, é até difícil de acreditar (quem quer adotar uma criança, sabe a dificuldade que é encontrar uma criança com o prefil dessa)

Terça-feira que vem tem mais! É o dia em que estarei no RJ para tomar posse. Estou torcendo para conseguir resolver tudo pela manhã, de forma a ter tempo hábil de pegar um avião e chegar aqui às 16h.Queria, de verdade, estar presente no próximo encontro, uma vez que será abordado os "MITOS SOBRE ADOÇÃO". Tomara, de verdade, que eu consiga!!! Mas de toda sorte, informei a psicóloga esse meu problema (de ter de tomar posse) e que eu farei de tudo para estar presente, mas que, independente de conseguir ou não chegar a tempo, meu marido estará aqui e eu estou a disposição para compensar essa minha falta numa outra oportunidade (encontro de sábado do próximo grupo, por ex). Espero não precisar compensar. Espero participar do encontro. Vai ser legal!!! 8-}

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